Tanto tem se falado em preservação, com o agravante para o tema “aquecimento global” que se tornou um desafio para os estilistas criarem peças ecologicamente corretas de preferência recicladas e que tenham consumido poucos recursos da natureza.
Segundo a revista Época, a marca Osklen apresentou na sua ultima coleção no São Paulo Fashion Week modelos feitos de algodão orgânico sem o uso de agrotóxicos. “as pessoas querem se vestir sem agredir o planeta”diz o estilista Oscar Metsavalat da Osklen. Georgio Armani também lançou em outubro em Milão uma coleção de Jeans com fibras orgânicas.
Segundo a Environmental Protection Agency(órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo) a industria têxtil esta entre as quatro que mais consomem recursos naturais.
A recente preocupação dos estilistas em relação a recursos naturais se deu pela cobrança dos próprios consumidores que começaram a preferir a moda que não agride o mundo.
Algumas grifes descartaram totalmente o uso de fibras vegetais cultivadas com produtos químicos. Outras estão aos poucos expandindo essa idéia para toda a confecção.
O instituto Europeo de Design em Milão que é uma rede internacional de escolas de artes, criou saias com peças de aço, vestidos de fios elétricos, e calças com metal de bicicleta, todos reciclados a partir de materiais que seriam jogados no lixo.
“antes os consumidores de moda ecológica eram jovens que gostavam de passar férias em navios do Greenpeace”, disse Armani: hoje as peças atingem diversas tribos. São roupas casuais, chiques, peças exóticas. Os materiais são muito parecidos aos originais, e ate confundem o consumidor. Uma bolsa de lona de caminhão por exemplo pode ser facilmente confundida com uma de tecido sintético. No Brasil a moda ecológica começa a despontar. A marca Nara Guichon por exemplo, faz suas bolsas de redes de pesca que seriam descartadas. A Track e Field usou em sua nova coleção esportiva, garrafas plásticas e fibras de bambu.
O caso da fibra de bambu entra em contradição com os princípios considerados naturais, ela é produzida apenas na China, e anda gerando polemica entre os ambientalistas. Seu transporte queima combustíveis fosseis, que emitem gases do efeito estufa.
1- TUDO DE BAMBU
Os modelos são feitos a partir da fibra de bambu, uma boa alternativa ao algodão convencional. A bata verde, a calça Esencial vermelha e preta, a blusa azul Flor e a camiseta da Dzarm.
2 - JÓIA DE PAPEL
Pulseira de bobina de papelão da paulistana Anastássia e colares de papel reciclado da carioca Zoia. As peças são envernizadas, mas podem se deteriorar com a chuva.
3 - ESTRELA DE CINEMA Acessório da marca carioca By Rubia Calazans usa película de filmes envernizados e costurados em crochê. Os rolos descartados pelas produtoras são de difícil decomposição e altamente tóxicos se queimados.
4 - BOLSA DE PESCAR
A marca catarinense Nara Guichon criou uma bolsa usando redes de pesca que seriam descartadas. Jogadas no mar, as redes causam a morte de animais marinhos.
5 - BORRACHA QUE PARECE COURO
A bolsa da AmazonLife usa látex e algodão com tingimento natural. O produto se parece com o couro animal, mas agrada aos vegetarianos.
6 - BOLSA DE SACOLINHAS
A marca Maria Lixo, de São Paulo, usa sacolas plásticas descartadas e apliques em tecido para confeccionar suas bolsas.
7 - CAMISETA DE GARRAFA
Camiseta da marca Volcon mescla garrafas PET a fibras de algodão. A marca já investe em novas coleções ecológicas. Custa R$ 66
8 - JEANS ECOLÓGICO
O jeans da marca americana Hall também usa algodão orgânico e tingimento natural. A peça é importada e, por isso, não é considerada uma iniciativa 100% verde.
9 - O ALGODÃO FASHION
A Natural Fashion usa algodão orgânico colorido naturalmente em suas peças. O uso de produtos químicos no algodão convencional chega a ser oito vezes maior que em uma plantação de alimentos.
10 - ERA LIXO, VIROU LUXO
O couro dos peixes tambaquis e tilápias, que seria descartado após o consumo, foi usado nos sapatos e nas bolsas da marca Tão Galeria. A estilista Paula Feber usa lona de caminhão no sapato roxo da foto. A sapatilha marrom, o escarpim de tilápia e a bolsa.